Cozinheira tem trombose por complicações da covid e amputa pernas

Moradora de Franca (SP), Márcia precisou fazer quatro testes para diagnosticar a doença

Foto: G1
Márcia Parreira

A cozinheira Márcia Parreira, de 47 anos, está recuperada da Covid-19. Infectada em outubro de 2020, teve sintomas leves, mas por conta de problemas de circulação desenvolveu uma trombose e teve parte das pernas amputadas.

“Eu pedi pra Deus me deixar viva, não me deixar morrer e se a forma que tinha para ele me ajudar era essa, então eu tive que aceitar”, conta.

Moradora de Franca (SP), Márcia precisou fazer quatro testes para diagnosticar a doença, que já infectou 21.925 moradores e matou 424 na cidade.

Para ela, que sempre foi ativa, a maior dificuldade após a Covid é ter que ficar somente na cama.

"Eu dirigia pra baixo e para cima. Agora, eu preciso de ajuda para ir ao banheiro. É muito difícil ficar parada. Estou meio ansiosa", diz.

Dores e amputação

Após a confirmação do coronavírus, a cozinheira ficou dois dias internada no Hospital do Coração. Uma semana após a alta médica, Márcia começou a sentir dores nas pernas.

Há 10 anos, ela havia feito uma cirurgia de hérnia de disco e a suspeita era de que as dores sentidas seriam por isso.

“Começou a piorar, o pé começou a mudar de cor, inchar. A médica percebeu que era trombose e internei”, relata.

O tratamento foi iniciado, mas não foi suficiente para evitar a amputação. A primeira ocorreu 26 de novembro, na perna direita. Depois, no dia 28, saiu do hospital, porém as dores no outro pé estavam piores.

Desta vez, o tratamento podia ser feito de casa. Ela usou medicamentos por três meses e, em 18 de fevereiro, fez a segunda amputação.

Recuperação

Segundo a cozinheira, a recuperação das duas cirurgias é lenta. Sem independência nas ações, Márcia precisa de ajuda de amigos e familiares para todas as atividades.

“Tive que fazer uma reforma na casa e muita gente ajudou. Cada dia chegava um saco de cimento, outros materiais e a gente não sabia nem de onde vinha”, diz.

No dia a dia, a filha de nove anos está sempre por perto para socorrer a mãe, que também conta com o apoio psicológico para superar os dias mais difíceis.

“Ela [a filha] me ajuda a ir ao banheiro, tomar banho, fazer as coisas de casa”, conta.