Covid: a visão de uma piauiense que não quis tomar a vacina

Razões para a baixa procura da população incluem: medo de reações, espera por imunizante de preferência e fake news

Foto: Divulgação

 
Natália Cardoso

As vacinas contra a Covid-19 aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) são a única forma de impedir a circulação do vírus e acabar com o distanciamento social.

Ainda que os imunizantes sejam seguros, muitas pessoas não se sentem à vontade para tomar a vacina. As razões para a baixa procura da população incluem, desde medo de reações e espera por imunizante de preferência, até desinformação sobre esquema vacinal e fake news. 

De acordo com a Fundação Municipal de Saúde (FMS), até o mês de agosto deste ano, 14 pessoas assinaram o termo de recusa da vacina contra a Covid-19 em Teresina por conta da marca do imunizante e foram para o fim da fila da imunização.

O termo de desistência, documento que deve ser assinado pelas pessoas que se recusarem a tomar alguma vacina em função da marca, origem ou fabricante do imunizante, foi implantado em Teresina em julho de 2021. 

A implantação do termo aconteceu após o Ministério Público expedir uma recomendação afirmando que teve conhecimento de pessoas que estariam se recusando a receber vacina, por conta do fabricante do imunizante. O Ministério Público pediu que a FMS adotasse medidas para impedir essa prática.

Procuradas, a Sesapi e a FMS não souberam informar a quantidade de pessoas em Teresina e no interior do Estado que não tomaram as duas doses da vacina contra a Covid-19. 

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são cerca de 8,5 milhões de pessoas que ainda não voltaram para tomar a segunda dose. Mais uma vez os motivos são: medo de reações, achar que as vacinas não protegem contra a variante Delta e as fake news.

pensarpiauí conversou com Natália Cardoso, de 45 anos, mãe de duas filhas e atualmente desempregada, que reside na zona norte de Teresina. Natália faz parte da porcentagem de piauienses que não quis tomar a vacina contra a Covid-19. 

Questionada sobre o motivo que recusou tomar a vacina, ela diz que não acredita na eficácia dos imunizantes. “Porque não tenho conhecimento suficiente sobre elas. Não acredito na eficácia das vacinas”, relatou.

pensapiauí indagou sobre o que significou a pandemia do novo coronavírus para ela. “A pandemia foi uma coisa muito triste que aconteceu no mundo, infelizmente!”, resumiu.

Perguntada se teve medo das consequências que a pandemia causou no país, Natália afirmou que sim. “Sim, tive medo.”

Para finalizar, o pensarpiauí perguntou se ela não tem medo de ser discriminada nos locais onde for por não ter tomado a vacina. Resumidamente, Natália disse que não tem medo de ser discriminada ou sofrer represálias.

A entrevistada não quis entrar em detalhes se ela e os familiares chegaram a pegar Covid e se respeitaram o isolamento social. 

Covid no Piauí

Até esse sábado (18), a Sesapi informou por meio de boletim, que os casos confirmados no estado somam 318.473, em todos os municípios piauienses. Já os óbitos pelo novo coronavírus chegam a 6.987 e foram registrados em 223 municípios. 

Dos leitos existentes na rede de saúde do Piauí para atendimento à Covid-19, há 149 ocupados, sendo 84 leitos clínicos, 59 UTIs e 6 leitos de estabilização. As altas acumuladas somam 22.689 até o dia 18 de setembro de 2021.

A Sesapi estima que 311.337 pessoas já estão recuperadas ou seguem em acompanhamento (casos registrados nos últimos 14 dias) que não necessitaram de internação ou evoluíram para morte.