Conheça o plano do governo que reduz privilégios dos ricos para investir nos pobres

Governo Lula envia ao Congresso MP que padroniza tributação de investimentos e prevê arrecadação bilionária até 2026

O governo federal encaminhou ao Congresso Nacional, nesta quinta-feira (13), uma Medida Provisória (MP) que propõe uma reestruturação na tributação de aplicações financeiras e operações bancárias. Publicada em edição extra do Diário Oficial da União, a MP 1.303/2025 precisa ser votada até o dia 28 de agosto para não perder validade. A expectativa do Ministério da Fazenda é que as mudanças gerem uma arrecadação de R$ 10,5 bilhões já em 2025, chegando a R$ 20,6 bilhões em 2026.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apenas 0,8% da população será diretamente impactada pelas medidas. Ele defende que a reestruturação é necessária para corrigir distorções, reduzir privilégios e criar condições para uma economia mais equilibrada: “Com isso, teremos mais crescimento, menos juros, mais emprego e igualdade, além de maior espaço para investimento público”.

Principais mudanças

Entre os pontos centrais da MP estão:

Gasto público e programas sociais

A MP também traz ajustes nas despesas públicas. Uma das mudanças é a inclusão do programa Pé-de-Meia — que paga R$ 200 mensais a estudantes do ensino médio da rede pública — no piso constitucional de investimentos em educação. A medida visa garantir recursos permanentes ao programa.

Outras mudanças incluem:

Compensação fiscal

A edição da MP ocorre como resposta à revogação, pelo presidente Lula, de um decreto que previa o aumento do IOF. Segundo o governo, a nova estrutura tributária oferece uma alternativa mais justa para compensar a perda de receita. A proposta foi construída após conversas entre o ministro Haddad e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que haviam manifestado resistência ao aumento do imposto.

Além de padronizar alíquotas e reduzir renúncias fiscais, a MP também endurece regras contra compensações indevidas de tributos. Serão consideradas irregulares declarações com comprovantes falsos ou créditos de PIS/Cofins sem relação com a atividade econômica do contribuinte.

A proposta será analisada agora pelo Congresso, que tem até o fim de agosto para votá-la. Se aprovada, as principais mudanças entram em vigor em 2025 e 2026.