Como seria a pandemia, se Fernando Haddad fosse o presidente?

Haveria erros de condução, porque a doença é nova e não existe cartilha de como proceder, mas haveria o reconhecimento da seriedade da pandemia

Foto: DW
Fernando Haddad

 

Por Luis Felipe Miguel, no facebook 

Votei em Boulos em 2018. Era óbvio que ele não tinha chance, mas eu julgava que era importante fortalecer uma posição mais marcadamente à esquerda. Votei em Boulos sabendo que no segundo turno estaria com Haddad - que, ele sim, concorria para vencer.

É difícil não pensar como estaria o Brasil, nessa crise, sob a presidência de Haddad. Um sujeito preparado, inteligente, competente, racional, sensível.

Um político do tipo que se dedica a aparar arestas - um conciliador, mesmo, característica que nem sempre é positiva, mas que em momentos que exigem união nacional cumpre seu papel.

Nem tudo seriam flores. Morreriam pessoas, decerto bem menos, mas ainda assim muitas. Haveria erros de condução, porque a doença é nova e não existe cartilha de como proceder. A extrema-direita tentaria boicotar todos os esforços sanitários. As pressões do empresariado, das igrejas e de outros grupos seriam grandes. A imprensa estaria martelando o discurso do Guedes, de que auxílio aos pobres destrói o país e incentiva a "preguiça".

Mas teríamos o principal: reconhecimento da seriedade da pandemia, da necessidade do isolamento, do valor da ciência, da importância do sistema público de saúde, do papel do Estado para garantir a sobrevivência e a segurança dos trabalhadores e dos pequenos negócios.

Estaríamos preparados para iniciar a vacinação entre os primeiros do mundo. Teríamos seringas, SUS e esperança.

Mas 57.797.847 brasileiras e brasileiros acharam que estamos melhor nas mãos de um psicopata.