Com esquerda unida, desafio agora é atrair 3ª via para apoio a Lula

O PT quer intensificar conversas com MDB de Simone Tebet e buscar o Avante, de André Janones, além das alianças estaduais com o PSD

Foto: Reprodução
Lula e Gleisi

 

Na próximo sábado (7/5), ao ter seu nome lançado como pré-candidato à Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentará a aliança que conseguiu constriuir com os partidos de esquerda e de centro esquerda. Sete legendas já decidiram compor a aliança formal de Lula (além do PT, PSB, PCdoB, PV, Solidariedade, Rede e PSol).

O desafio mais premente agora para o PT é ampliar para o centro, ou seja, atrair apoio das legendas que estão hoje no campo da 3ª via, com ou sem candidaturas apresentadas ao Planalto.

A ofensiva do PT será, principalmente, sobre o MDB, que tem o nome da senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata, e sobre o Avante, que já apresentou o nome do deputado federal André Janones (MG) na disputa.

Outra legenda que continua na mira do PT é o PSD, presidido por Gilberto Kassab (SP), que tentou encontrar nomes para a candidatura, não conseguiu emplacar nenhum e, agora, tende a liberar os apoios nos estados devido ao caráter heterogêneo da legenda.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a busca por esses partidos não cessou com o fechamento da aliança formal.

“Estamos terminando uma fase agora em abril que era fechar a política básica de alianças, consolidar o nosso campo, o campo da esquerda e da centro-esquerda em torno da candidatura do Lula. Estamos hoje com 7 partidos apoiando o presidente. Nesse campo só não está o PDT”, disse Gleisi.

“É obvio que vamos continuar conversando com os outros partidos”, enfatizou. “Estamos conversando com setores do MDB, do PSD, queremos conversar com o Avante, mas a gente tinha que consolidar essa aliança de esquerda primeiro”, destacou a petista.

Gleisi disse que a busca não é um desrespeito às candidaturas já colocadas, como a de Tebet e de Janones. “Nós ainda não tivemos uma conversa mais próxima, até porque a gente tem respeito ao Janones. A partir dessa formalização da pré-candidatura, a gente quer procurar, tanto o presidente do Avante, quanto o Janones para iniciar uma conversa”, apontou.

“Estamos conversando com setores do MDB para saber o que o partido vai fazer. Também respeitamos a candidatura da Simone, mas eles tem um prazo até dia 18 de maio para definir. A gente quer conversar, saber o que eles estão pensando da vida e para onde é que eles vão”, revelou Gleisi.

Liberar geral

Os presidentes dos partidos União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania chegaram a comunicar que vão anunciar um nome único, em 18 de maio, para representar a terceira via nas eleições. O anúncio, no entanto, parece ter sido atropelado pelo União Brasil que deve anunciar nessa semana sua saída do grupo. Com isso, restam MDB, PSDB e Cidadania na busca de um consenso pela candidatura única do bloco.

Gleisi informou que o próprio Kassab já avisou ao PT a possibilidade de liberar os apoios nos estados. Diante disso, as conversas sobre as alianças com o partidos já estão mais avançadas.

Um exemplo e em Minas Gerais, estado que Lula visitará na próxima semana já para fechar apoio mútuo com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que será candidato ao governo do estado.

“Tem várias questões nos estados que interessam a eles (ao PSD) e a nós estarmos juntos”. comentou Gleisi. “Kassab já me adiantou. Ele fez uma consulta no partido e a tendência seria a liberação”, destacou.

Já no estado de Gleisi, a aliança com o PSD já é impossível, visto que a maior liderança do partido, o governador Ratinho Júnior, é aliado declarado do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesse caso, o PT travará com o PSD uma disputa acirrada. Lula já lançou como nome dele ao governo o ex-senador Roberto Requião, que deixou o MDB de se filiou recentemente ao PT.

Com informações do Metrópoles