Ciro quer uma desculpa para abandonar a eleição presidencial?

Ele comunicou a suspensão de sua candidatura presidencial em reação à votação da bancada do PDT na Câmara pela aprovação da PEC dos Precatórios

Foto: Poder360
Ciro Gomes

247- A decisão de Ciro Gomes em suspender a sua pré-candidatura à Presidência da República até que o PDT reveja a sua posição na PEC dos Precatórios foi lida no meio político como uma maneira de preparar uma "saída honrosa" da corrida eleitoral, segundo parlamentares procurados pelo Blog de Júlia Duailibi, no portal G1. A jornalista não informou os nomes dos deputados. 

Parte da bancada do partido votou a favor da proposta, aprovada em primeiro turno na Câmara na madrugada desta quinta-feira (4).

Esses deputados avaliam que Ciro estava em uma posição complicada para conseguir viabilizar a sua candidatura na terceira via, que já tem Lula forte ocupando o polo da esquerda e o presidente Bolsonaro forte ocupando o polo da extrema direita.

Segundo esses parlamentares, havia pouco espaço para crescimento de Ciro num campo de terceira via fragmentado. E é exatamente o que aconteceu nesta semana com o ex-ministro Sergio Moro ensaiando anunciar a pré-candidatura pelo Podemos, os pré-candidatos do PSDB também dizendo que vão se lançar na disputa e a eventual entrada do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, via o PSD, tem tornado a terceira via cada vez mais congestionada e, portanto, uma missão cada vez mais difícil para Ciro Gomes.

Enteda o caso

Ciro Gomes divulgou pouco depois de 8h desta quinta-feira (4) uma sequência de tuítes nos quais comunica a suspensão de sua candidatura presidencial em reação à votação da bancada do PDT na Câmara pela aprovação da PEC dos Precatórios, na noite desta quarta:

"Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios. A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para  reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo. Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas. Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional".