Ciro Nogueira e o voto impresso

Antes de entrar no governo, Ciro Nogueira havia se posicionado contra o voto impresso

Foto: Teletime
Ciro Nogueira

O ministro da Casa Civil, o piauiense Ciro Nogueira, tem posicionamento dubio com relação a proposta do voto impresso que tramita na Câmara. No momento, esta é a proposta política que mais interessa ao chefe de Nogueira, o presidente Jair Bolsonaro. A PEC do voto impresso está no centro dos ataques de Bolsonaro contra o Judiciário. O presidente afirma que, apesar de não ter provas definitivas, o voto eletrônico brasileiro é vítima de fraudes, o que é negado pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mas a imprensa mostra que o principal ministro do governo, o chefe da Casa Civil; nesta questão, é uma no cravo, outra na ferradura.

Segundo a CNN, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), teria sido aconselhado por Ciro Nogueira a pautar a PEC do voto Impresso no plenário da Casa.

Na tarde de ontem, em pronunciamento, Lira afirmou que a proposta de emenda à constituição será votada pelos parlamentares no plenário "pela tranquilidade das próximas eleições" e para que "possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023".

Antes do pronunciamento de Lira, o presidente da Câmara recebeu o ministro Ciro Nogueira na residência oficial da Câmara dos Deputados.

Fontes disseram à CNN que Ciro pediu a Lira para tentar converter os 308 votos necessários para a aprovação a PEC, mas que sabe ser difícil chegar ao placar.

Ainda segundo interlocutores, para o ministro, mesmo se proposta do voto impresso for derrotada em plenário, será possível afirmar que a Câmara e o presidente da Casa fizeram de tudo para tentar aprovar a matéria e isso poderia acalmar o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

A proposta foi rejeitada em uma comissão especial que, por não ter caráter terminativo, pode ter seu relatório ignorado e o texto ser novamente analisado em plenário, como garantiu Lira nesta tarde.

Já segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, Nogueira foi procurado por deputados bolsonaristas para ajudar na aprovação da PEC do voto impresso, mas o novo ministro da Casa Civil, foi sincero com os parlamentares.

Em conversa com o relator da PEC na Câmara, deputado Filipe Barros (PSL-PR), Ciro disse que, diante do clima político tensionado no país, achava difícil reverter a resistência à proposta no Congresso Nacional.

Na prática, o novo chefe da Casa Civil optou por cruzar os braços em relação à proposta. Antes de entrar no governo, Ciro, que também é presidente do Progressistas, havia se posicionado contra o voto impresso.