Em janeiro de 2025, Teresina se destacou por registrar a terceira cesta básica mais barata entre as capitais brasileiras, com um custo médio de R$ 610,25. Esse valor ficou R$ 98,61 abaixo da média nacional, segundo levantamento realizado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais e Planejamento Participativo (Cepro), vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).
O estudo apontou variações nos preços dos principais itens da cesta básica. Produtos essenciais, como leite e óleo de soja, apresentaram queda nos preços, enquanto outros, como o tomate e o café, sofreram aumentos significativos. A alta do tomate foi atribuída à redução da oferta e à queda na qualidade do fruto, devido ao excesso de chuvas, enquanto o café foi impactado pela oferta limitada no mercado global e pela especulação do grão nas bolsas de valores.
Pablo Vilanova, gerente de Estatística e Indicadores da Cepro, explicou que fatores climáticos, variações cambiais e flutuações na oferta e demanda são determinantes no custo da cesta básica. Ele destacou que as chuvas intensas no início do ano podem afetar a colheita de produtos sensíveis, como o tomate, e que o aquecimento da economia global, junto à desvalorização do real, impacta diretamente os preços de itens exportados, como a carne bovina.
Vilanova também apontou que, historicamente, os preços dos alimentos tendem a subir no início do ano, atingindo o pico até maio. A partir de junho, há uma tendência de estabilização ou até queda nos preços de alguns produtos, seguido por um novo aumento no final do ano, impulsionado pela alta demanda. O gerente concluiu que o acompanhamento da evolução dos preços da cesta básica é essencial para compreender o impacto da inflação no poder de compra, especialmente para as famílias de baixa renda.