Em almoço com empresários promovido pelo grupo Esfera Brasil e pela Casa ParlaMento nesta terça-feira (17), em Brasília, o deputado federal Doutor Luizinho (PP-RJ), líder do Progressistas na Câmara e aliado de Jair Bolsonaro, fez críticas incisivas à postura do ex-mandatário em relação às eleições presidenciais de 2026.
Durante o encontro, Luizinho afirmou que Bolsonaro, hoje inelegível, tem sido um entrave para a articulação de uma candidatura de centro-direita por não indicar claramente quem pretende apoiar no próximo pleito. “A realidade é essa. O ex-presidente Bolsonaro impede que a centro-direita coloque um quadro. Porque ele, ao não apoiar o governador [de SP] Tarcísio de Freitas, ou ao não se posicionar claramente sobre quem é o candidato dele, está impedindo a organização da centro-direita no país”, disse o parlamentar, de acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S Paulo.
Segundo Luizinho, tanto o Progressistas quanto o União Brasil, partidos que integraram a base do governo Bolsonaro e que hoje formam uma federação, têm nomes qualificados para liderar uma chapa presidencial ou, ao menos, ocupar a vice-presidência em uma composição com o bolsonarismo. O parlamentar afirmou que “ele [Bolsonaro] vem impedindo uma candidatura que está claramente colocada. No nosso campo, uma candidatura precisa estar validada pelo União-Progressistas, ou por uma candidatura nossa, ou pelo menos com a vice-presidência da República”.
Entre os nomes que circulam como potenciais pré-candidatos da direita estão os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR). Todos, até o momento, evitam confrontar publicamente a liderança de Bolsonaro.
Apesar das movimentações, Bolsonaro mantém indefinições e acena, nos bastidores, com a possibilidade de lançar um nome de sua própria família, como o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, tentou adotar um tom mais conciliador durante o evento. Para ele, ainda não é hora de se discutir nomes, mas sim o que classificou como “projeto de país”. Apesar disso, ele mirou críticas ao governo Lula. “Eu acho o governo completamente perdido, sem norte. Não adianta ficar só culpando o ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad. A culpa maior é do próprio presidente da República, que não assume as suas atribuições de comandar o Brasil da forma correta”, declarou.
Ciro também disse que há uma expectativa por uma candidatura de centro-direita com reais chances de vitória, mas defendeu que esse campo político precisa atravessar o período de instabilidade sem que o governo atual “atrapalhe ainda mais o Brasil”.