A Seleção Brasileira está prestes a escrever um novo capítulo na sua história na Copa do Mundo de 2026. Pela primeira vez, a camisa número 2 — tradicionalmente azul desde 1958 — será substituída por um uniforme vermelho, produzido pela Jordan Brand, divisão da Nike voltada ao basquete e ao streetwear. A informação, divulgada pelo site especializado Footy Headlines, repercutiu fortemente nas redes sociais, gerando desde piadas até reações indignadas, especialmente entre apoiadores da extrema-direita.
O vermelho escolhido ainda não teve seu tom exato revelado, mas deve ser “vibrante e moderno”, alinhado à estética da marca Jordan — conhecida mundialmente pelo logotipo "Jumpman", inspirado na lenda do basquete Michael Jordan e ícone do Chicago Bulls, cuja cor principal também é o vermelho.
O novo uniforme representará uma ruptura histórica: desde a final da Copa de 1958, quando o Brasil precisou improvisar uma camisa azul contra a Suécia, o tom passou a ser símbolo da fé e da tradição, com o roupeiro da época associando a cor ao manto de Nossa Senhora Aparecida. Agora, essa tradição será deixada de lado em nome da inovação e da estética contemporânea.
A troca, no entanto, causou polêmica. Grupos bolsonaristas reagiram com revolta, associando a nova camisa ao simbolismo da esquerda brasileira. “Vocês têm um mau gosto terrível. Usar essa camisa vermelha que remete ao MST, PT, CUT e Che Guevara é um tiro no pé no marketing”, criticou um seguidor do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Ano de eleição, vagabundo com a camisa amarela da seleção e vagabundo com a vermelha”, ironizou outra usuária no X (antigo Twitter).
O tom político foi inevitável. Memes circularam ironizando a frase célebre entre bolsonaristas: “A nossa bandeira jamais será vermelha… mas a camisa será.” Em um comentário mais radical, um internauta afirmou: “Trocar o manto de Nossa Senhora Aparecida por uma camisa vermelha é satanismo.”
Nos últimos anos, o tradicional uniforme amarelo da seleção foi apropriado por manifestantes da extrema-direita, o que desgastou seu simbolismo original. A mudança de cor, para alguns, é uma tentativa de renovar a imagem da Seleção, assim como Alemanha e Itália reformularam seus símbolos nacionais após o período nazi-fascista.
Apesar da controvérsia, a Jordan e a CBF apostam na inovação. “Esta colaboração representa a fusão entre o legado do futebol brasileiro e a cultura esportiva global”, declarou um porta-voz da marca em comunicado não oficial.
A nova coleção da Seleção promete ser, no mínimo, inesquecível — tanto dentro quanto fora de campo.