O Festival de Cannes vai muito além das telas. Ano após ano, o evento se consolida como vitrine global onde atores, cineastas e produtores exibem não apenas seus filmes, mas também seu estilo — e, muitas vezes, suas causas. Um exemplo dessa fusão entre arte e moda foi o look escolhido por Camila Pitanga para a estreia do documentário Para Vigo Me Voy!, sobre a vida e obra do cineasta Cacá Diegues.
A atriz usou um sobretudo assinado pela marca brasileira Misci, criado em parceria com coletivos de artesãs do Rio Grande do Norte, apoiados pelo Instituto Riachuelo. A peça, apresentada originalmente no desfile de Verão 2026 da Misci na Fundação Bienal de São Paulo, é resultado do trabalho manual da Casa das Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, no interior do estado.
Sob direção criativa de Airon Martin, fundador da Misci, os bordados tradicionais ganharam nova leitura estética, unindo técnica ancestral a uma linguagem contemporânea. Feita artesanalmente, a peça representa um encontro entre moda, cultura e impacto social — agora em evidência no tapete vermelho francês.
A criação faz parte de um movimento maior de valorização da moda identitária e da produção local, presente em todas as etapas do projeto. A parceria entre a Misci e o Instituto Riachuelo começou com uma expedição criativa ao Rio Grande do Norte e resultou em iniciativas que fortalecem o potencial transformador do design aliado à economia do sertão.
“O projeto reafirma nosso compromisso com o fortalecimento da moda nacional, desde o desenvolvimento criativo até a geração de impacto real nas comunidades envolvidas”, afirma Taciana Abreu, diretora de Sustentabilidade da Riachuelo.