Em 1982 acontecia o primeiro debate televisionado. O Grupo Bandeirantes de Comunicação reunia em seus estúdios cinco candidatos ao governo de São Paulo em um confronto pioneiro. Desta distante data até agora, eleição pós eleição, os debates de televisão se sucedem e muito tem se visto.
Candidatos que faltam, que passam mal durante o evento, edições de imagens feitas posteriormente, tudo isso são marcas dos debates.
Agora, em 2024, isso mudou. A agressão física tornou-se componente daquilo que deveria ser um confrontos de ideias e propostas.
O dia 8 de agosto ficou marcado na história dos debates políticos. No primeiro embate entre candidatos à prefeitura de Teresina, realizado também pela Band, o atual gestor e candidato a reeleição, Dr. Pessoa (PRD) resolveu dar uma cabeçada em Francinaldo Leão, candidato do PSOL.
Loading...
As imagens daquela cena ridícula e vexatória para o cenário político do Piauí rodaram todo o Brasil e se tornaram virais, com um sem número de memes estavam nas redes sociais. O teresinense se viu repleto de vergonha alheia.
Agora, Pessoa não é mais o único a deixar a esfera das ideias e propostas. Ontem, durante o debate realizado pela TV Cultura, o apresentador e candidato à prefeitura de São Paulo, pelo PSDB, José Luis Datena, não ouviu mais as provocações de Pablo Marçal e assentou-lhe uma cadeirada.
Após o ato, Marçal, responsável direto pela escalada da agressividade durante os debates em São Paulo – afinal, quando não se tem propostas, o que sobra é o sensacionalismo – se retirou da emissora e foi para o hospital, mas sem nenhum ferimento que valesse a pena o destaque.
O fato denota a mudança completa da estrutura do debate político no pós-bolsonarismo. A marca deixada de um jogo de vale-tudo que pode migrar rapidamente para uma versão ainda mais mimetizada da WWE coloca candidatos sérios em uma sinuca de bico para saber como reter a atenção do eleitorado no meio de todo o caos. Aquele que descobrir, pode virar a chave a seu favor.