A brasileira Amanda Borges da Silva, de 30 anos, foi encontrada morta na madrugada da última quinta-feira (1º/5) em um apartamento localizado em Hon-Sanrizuka, na cidade de Narita, Japão. Mestre em Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG), natural de Caldazinha (GO) e moradora de São Paulo, Amanda havia viajado ao país asiático no início de abril para acompanhar o Grande Prêmio de Fórmula 1, esporte pelo qual era apaixonada.
De acordo com a imprensa japonesa, a polícia prendeu nesta sexta-feira (3) um homem suspeito de envolvimento na morte da brasileira. Identificado como Abeysuriyapatabedige Pathum Udayanga, de 31 anos, natural do Sri Lanka e atualmente desempregado, ele morava no apartamento onde Amanda foi encontrada. Segundo a emissora estatal NHK, Udayanga foi detido sob suspeita de incêndio criminoso.
A polícia afirmou que o suspeito percebeu o início de um incêndio dentro do imóvel, mas deixou o local sem tentar apagar as chamas, o que levou ao alastramento do fogo. Em depoimento, ele admitiu a omissão: "Fiquei em choque e não consegui apagar o fogo", declarou.
As circunstâncias da morte de Amanda ainda estão sendo apuradas. Segundo informações repassadas à família por um delegado japonês, há indícios de que ela possa ter morrido por asfixia devido à inalação de fumaça. A polícia não descarta a hipótese de latrocínio — roubo seguido de morte —, já que pertences da vítima, como o celular e bolsas, foram levados. A possibilidade de que Amanda tenha sido dopada e sofrido abuso sexual também está sendo investigada.
“Pelo que nos foi passado, parece que tentaram ocultar o cadáver. Aparentemente, foi um latrocínio”, disse Thiago Borges, primo de Amanda, à Record TV.
Antes de sua morte, Amanda estava hospedada em um hotel nas imediações do aeroporto de Narita e deveria embarcar de volta ao Brasil no mesmo dia em que foi encontrada morta. Segundo um amigo próximo, James Fernandes, ela estava fora do país desde março.
Amanda era conhecida por sua paixão por viagens e pela Fórmula 1. Nas redes sociais, onde acumulava mais de 10 mil seguidores, compartilhava fotos em destinos como Coreia do Norte, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Em abril, publicou registros de sua visita ao GP do Japão.
A tragédia gerou grande comoção. Amigos e familiares deixaram homenagens nas redes sociais. “Prometo nunca te esquecer, minha cara amiga. Olhe por nós aí de onde estiver”, escreveu um seguidor.
A Prefeitura de Caldazinha, sua cidade natal, lamentou a morte em nota oficial:
“É com imenso pesar que a Prefeitura de Caldazinha recebe a triste notícia do falecimento da jovem caldazinhense Amanda Borges da Silva (...). Amanda era uma jovem cheia de sonhos, querida por todos, e sua partida repentina deixa um vazio profundo em nossa comunidade.”
O Ministério das Relações Exteriores informou que, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio, está prestando assistência à família e acompanhando as investigações junto às autoridades japonesas. A família da vítima busca apoio do governo estadual para a repatriação do corpo ao Brasil.