Brasil pode ser referência no combate ao discurso de ódio, diz Manuela D’Ávila

Grupo criado pelo Ministério dos Direitos Humanos proporá combate ao extremismo e o ódio

Foto: Reprodução
Patrícia Campos Mello, Felipe Neto e Manuela D'Ávila estão no grupo formado para discutir medidas contra o discurso de ódio, que cresceu no país nos últimos anos

 

O governo federal criou um grupo de combate ao extremismo e ao chamado discurso de ódio. Pela Portaria 129 do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicada no Diário Oficial da União, o grupo será presidido pela ex-deputada Manuela D’Ávila. Segundo ela, em rede social, o grupo pode contribuir “para que o Brasil se torne uma referência global de enfrentamento ao ódio, extremismo, intolerância e violência”.

O colegiado tem cinco integrantes do Ministério dos Direitos Humanos e 24 da sociedade civil. Outros órgãos do governo serão convidados a participar. A atividade não é remunerada.

Advogado será relator

Além de Manuela D’Ávila, o relator será o professor, pesquisador e advogado Camilo Onoda Caldas. Ele também é diretor – e um dos fundadores – do Instituto Luiz Gama.

Outros integrantes são o psicanalista Christian Dunker, a professora e cientista social Esther Solano, a blogueira e ativista Lola Aronovich, o ator e youtuber Felipe Neto, o cacique Marcos Xukuru, a jornalista Patrícia Campos Mello (autora do livro A Máquina do Ódio, sobre fake news e violência digital) e o epidemiologista Pedro Hallal. O prazo para conclusão dos trabalhos é de 180 dias, prorrogáveis por igual período.

Máquina de intolerância

Manuela afirmou que dedica parte de sua vida ao tema, incluindo pesquisa de doutorado e o trabalho desenvolvido no Instituto E se fosse você?. “As razões “As razões desse esforço são óbvias: não é fácil ser vítima dos ataques dessas máquinas que constroem e distribuem ódio e intolerância.”

Sobre não ter se candidatado, a ex-deputada e ex-candidata a vice de Fernando Haddad nas eleições de 2018, ela afirmou que se trata de “reposicionamento” e não desistência. “Na verdade, decidi permanecer atuando na sociedade civil, conciliando minha vida profissional e meu doutorado com minha militância por um Brasil justo e desenvolvido. (…) A missão que recebi me recoloca na linha de frente do combate ao ódio.”

Confira a composição do grupo

Cinco representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, sendo:

- um da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos;

- um da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+;

- um da Assessoria de Participação Social e Diversidade;

- um da Assessoria Especial de Comunicação Social; e

-um da Assessoria Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos;

24 representantes da Sociedade Civil:

- Manuela Pinto Vieira d´Ávila, que presidirá os trabalhos;

- Camilo Onoda Caldas, na condição de Relator;

- Christian Ingo Lenz Dunker;

- Débora Diniz Rodrigues;

- Esther Solano;

- Felippe Mendonça;

- Felipe Neto Rodrigues Vieira;

- Guilherme Stolle Paixão e Casarões;

- João Cezar de Castro Rocha;

- Isabela Oliveira Kalil;

- Letícia Maria Costa da Nobrega Cesarino;

- Dolores Aronovich Aguero;

- Lusmarina Campos Garcia;

- Magali do Nascimento Cunha;

- Marcos Xukuru;

- Michel Gherman;

- Nina Santos;

- Patrícia Campos Mello;

- Pedro Rodrigues Curi Hallal;

- Rosane da Silva Borges;

- Ricardo Campos;

Ronilso Pacheco;

- Rosana Pinheiro-Machado;

e Rodney William Eugênio


Com informações do Brasil de Fato