O portal Brasil 247 destaca na manhã desta terça-feira, 25, o ato de ocupação de terras pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terras (MST) no Sul e Nordeste do Brasil. Simultaneamente, foram ocupadas as fazendas do ministro Blairo Maggi; do coronel Lima, tido como operador de Michel Temer; de Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF); e, no Piauí, terras do senador Ciro Nogueira (PP-PI), atual presidente nacional do Partido Progressista (PP).
“Os latifundiários que possuem estas áreas são acusados, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros. O MST também se posiciona pelo afastamento imediato de Michel Temer da Presidência, primeiro presidente na História acusado formalmente de corrupção pela Procuradoria Geral da República (PGR), bem como a convocação de eleições diretas para a escolha do próximo a ocupar a cadeira tirada de Dilma", diz nota da entidade.
O portal 180graus.com denunciou logo cedo que cerca de mil famílias ocuparam, na madrugada desta terça-feira, a fazenda Junco, pertencente ao senador Ciro Nogueira. A fazenda fica localizada próximo à BR 316, a 22 Km da capital Teresina, região metropolitana do Estado.
Em maio do ano passado, o Brasil247 destacou que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) se tornara o aliado mais poderoso de Temer. Ciro emplacou o aliado Gilberto Occhi, como presidente da Caixa Econômica Federal; o PP ficou ainda com o ministério mais rico, o da Saúde, com o deputado Ricardo Barros (PP-PR), e o da Agricultura, com Blairo Maggi.
Investigado pela Operação Lava Jato, Ciro Nogueira foi já denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Segundo o portal G1, em abril deste ano o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um inquérito sobre o senador que é suspeito de receber R$ 1,6 milhão, divididos entre os anos de 2010 e 2014, para sua campanha eleitoral e para o próprio partido.
MST - No interior de São Paulo, o MST ocupou a fazenda do coronel aposentado João Batista Lima Filho, amigo e possivelmente cúmplice em diversas negociatas, atualmente investigadas pela Justiça de Michel Temer. Segundo o Brasil247, cerca de 800 pessoas integram ocupam o latifúndio em Duartina, interior de São Paulo. A fazenda tem 1500 hectares e oficialmente está registrada como sede da empresa Argeplan (Arquitetura e Engenharia LTDA), no entanto os moradores locais a identificam como “a fazenda do Temer” e afirmam que grande parte da área foi grilada.
“Somos herdeiros de uma história da oligarquia corrupta que adquiriu terras assassinando indígenas, escravizando e cometendo atrocidades no processo de formação da sociedade brasileira. Estamos aqui para cobrar o que é nosso por direitos. Todas as terras de corruptos devem ser devolvidas ao povo”, reivindicou Mercedes Zuliane, Dirigente Nacional do MST.
Leia, abaixo, nota divulgada nesta manhã pelo MST:
"Milhares de trabalhadores rurais ocupam, em todo país, fazendas ligadas a processos de corrupção ou a corruptos, onde exigem a destinação das terras para assentamento de famílias Sem Terra. O MST também coloca a saída dos golpistas instalados no Planalto e a convocação de eleições diretas como condição para a retomada da Reforma Agrária.
Desde a manhã desta terça-feira (25), Dia do Trabalhador Rural, estão ocupadas as fazendas do ministro Blairo Maggi, no Mato Grosso, do presidente golpista Michel Temer (em nome de seu laranja Coronel Lima), em Duartina-SP, e do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, em Barra Mansa, Sul Fluminense. Outras ocupações ocorrem no Sul e no Nordeste.
É nítida a relação das grandes empresas do agronegócio com os esquemas de propinas, compra de parlamentares, lavagens de dinheiro e até envolvimento com o tráfico de drogas. O último caso, em que um avião cheio de cocaína foi identificado decolando da propriedade do próprio ministro da agricultura, o Rei da Soja Blairo Maggi, escancara as relações promíscuas empreendidas pelo agronegócio. Para reposicionar a pauta da luta pela terra e pela Reforma Agrária na agenda nacional e para influenciar na conjuntura geral pelo “Fora Temer”, o MST realiza a partir do dia 25 a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. Manifestações acontecem no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão."
Os latifundiários que possuem estas áreas são acusados, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros. O MST também se posiciona pelo afastamento imediato de Michel Temer da Presidência, primeiro presidente na História acusado formalmente de corrupção pela Procuradoria Geral da República (PGR), bem como a convocação de eleições diretas para a escolha do próximo a ocupar a cadeira tirada de Dilma.