Boulos sobre apuração das Forças Armadas: 'Não existe em nenhuma democracia'

Ele também chamou a atenção para a violência política, dizendo que o cenário pode se intensificar ainda mais durante um eventual 2º turno

Foto: Reprodução
Guilherme Boulos (Psol)

Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e candidato a deputado federal pelo PSOL em São Paulo, criticou a possível apuração paralela das Forças Armadas nas eleições. O jornal Folha de S.Paulo divulgou hoje que militares irão coletar QR Code de boletins de 385 urnas para uma apuração dos votos em tempo real.

"Isso é bizarro, um absurdo e não existe em qualquer democracia. As Forças Armadas têm um papel de segurança nacional e, inclusive, de garantir a segurança dos eleitos no processo eleitoral", disse durante participação no UOL News.

Boulos também afirmou que o papel de uma contagem eleitoral em uma democracia cabe aos civis, e que a possível participação das Forças Armadas é um reflexo do desvirtuamento dos papéis institucionais provocado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Isso mostra como o Bolsonaro envenenou o ambiente político no Brasil e desvirtuou o papel das instituições. Espero, de verdade, que em poucas semanas a gente consiga dar um basta para esses anseios autoritários do Bolsonaro. Devolva o bolsonarismo e todo esse caldo autoritário para o porão de onde nunca deveria ter saído", finalizou.

Em nota, o TSE afirmou hoje que "em relação à apuração das Eleições 2022, que não houve nenhuma alteração do que foi definido no primeiro semestre, nem qualquer acordo com as Forças Armadas ou entidades fiscalizadoras para permitir acesso diferenciado em tempo real aos dados enviados para a totalização do pleito eleitoral pelos TREs, cuja realização é competência constitucional da Justiça Eleitoral", diz o texto.

Lula eleito no 1º turno é essencial para enfraquecer articulação golpista de Bolsonaro, diz Boulos

"É necessário um esforço concentrado nos próximos 20 dias para resolver a fatura no 1º turno. Eleger o Lula no 1º turno é essencial para que a gente possa dar uma derrota mais forte ao Bolsonaro e enfraquecer a sua articulação golpista", disse Guilherme Boulos durante participação no UOL News.

Ele também chamou a atenção para a violência política, dizendo que o cenário pode se intensificar ainda mais durante um eventual 2º turno.

"Estou falando desse clima de ódio e violência política que o Bolsonaro semeou na sociedade. Isso vai ser intensificado em um eventual 2º turno de uma maneira atroz, porque essa é a linguagem dele. Essa é a forma como ele joga e faz política".


Marina Silva declarar apoio a Lula após diferenças mostra gravidade do momento atual, diz Boulos

"Marina se colocar depois de diferenças que tiveram em vários momentos nos últimos anos, ela e o PT, ela e o Lula. Ela se colocar e com o argumento que falou, coloca a gravidade do momento que nós estamos vivendo", disse Boulos sobre o apoio de Marina Silva a Lula.

Ele também pontuou que Marina segue tendo diferenças com o candidato do PT, mas que essas diferenças são menores do que a necessidade de derrotar Bolsonaro. "Esse gesto simbólico de defesa da democracia que precisa ficar", finalizou.