Bolsonaro no partido de Ciro

O presidente aposta no fisiologismo e quer fortalecer o Progressistas (PP) para ter um partido com o qual possa disputar a reeleição

Foto: Parlamento Piauí
Jair Bolsonaro e Ciro Nogueira

A estratégia de Bolsonaro na tentativa de eleger Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara faz parte de um projeto bem mais amplo. Ele aposta no fisiologismo e quer fortalecer o Progressistas (PP) para ter um partido com o qual possa disputar a reeleição, já que desde que saiu do PSL deu com os burros n’água – não conseguiu fundar o Aliança pelo Brasil e ficou sem legenda para ser candidato. Deseja, assim, voltar ao passado — já esteve no PP de 2005 a 2016. E um dos articuladores do plano é o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, que vem ganhando cada vez mais poder no governo. No toma lá dá cá para apoiar o mandatário, Nogueira foi contemplado com a nomeação de seu ex-chefe de gabinete, Marcelo Lopes da Ponte, para a presidência do FNDE, com orçamento de R$ 55 bilhões.

Kássio Nunes

A influência de Ciro é tamanha que ele é conhecido no Congresso como o “05” e foi responsável, inclusive, pela apresentação do então desembargador Kássio Nunes ao senador Flávio Bolsonaro. Ele e Kássio são do Piauí. E foi daí que o 01 recomendou que o pai indicasse o magistrado para o STF. Tanto Flávio, como Ciro, são investigados por corrupção.

Reação

A ida de Bolsonaro para o PP é dada como certa pelos tucanos ligados a João Doria, hoje o principal adversário do mandatário. Por isso, o prefeito Bruno Covas (PSDB) decidiu deixar o PP de fora da nova gestão, embora o partido o tenha apoiado na campanha, trocando o secretário de Esportes, Maurício Landim (PP), por Thiago Milhim (Podemos).

Força para o PP

E dentro da articulação para ter um partido para chamar de seu, Bolsonaro deve ampliar o poder do Progressistas na Esplanada dos Ministérios. Em fevereiro, pode substituir o inoperante general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR). O deputado, no entanto, nega. Não quer se indispor, por ora, com um militar da ativa.

Retrato falado

Os primeiros dias do ano foram marcados por um tiroteio verbal entre o governador João Doria e o presidente Jair Bolsonaro. Primeiro, o mandatário disse que Doria não gostava do cheiro do povo, o que deixou o governador paulista indignado. Ele foi para as redes sociais, responsabilizando o presidente pelas quase 200 mil mortes por causa da Covid. “Bolsonaro gosta mesmo é do cheiro da morte, do cheiro da pólvora e do cheiro do dinheiro das rachadinhas”, disse Doria.

Com informações da Isto É