Bolsonaro não conduz e a nau esta à deriva

Fica claro que o País não dispõe de um líder compatível com o necessário equilíbrio, inteligência e sensibilidade

Foto: Luta Socialista/Psol
O país está sem governo

No momento em que toda a sociedade brasileira – inclusive a população humana, individual e coletivamente – se aproxima, de forma muito perigosa, de uma situação de pânico total, o presidente Jair Bolsonaro segue agindo de forma irresponsável, no sentido de entrar em guerra com todo mundo. Excetuando seus aliados mais fanáticos, imbecilizados, ele se coloca contra os interesses do País, ameaça talvez a vida de centenas de milhares ou milhões de brasileiros, e praticamente declara conflito político contra contra os estados.

O presidente tem atacado e contrariado não apenas todos os governadores estaduais, sem exceção, mas também os prefeitos municipais, sejam eles de megalópolis, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, sejam de capitais de menor porte, grandes cidades de tamanho médio e demais municípios. Através do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, 03 – ou “Eduardo Bananinha”, seu novo apelido cunhado a partir da fala do vice-presidente Hamilton Mourão –, ele culpou a China pela pandemia da COVID-19 no planeta.

Seguindo a recente postura, igualmente irresponsável, belicosa e perigosa, do presidente dos EUA, Donald Trump, que sustentou certa versão midiática mundial, de culpar a grande nação asiática pelo contágio global, “Bananinha” criou uma grande crise diplomática com os chineses. De imediato, o governo da China reagiu à altura do ataque do 02, ameaçando tomar, em retaliação, medidas prejudiciais aos interesses do Brasil, neste instante dramático, no qual a solidariedade e cooperação necessária deveriam nortear as ações.

Desculpas exigidas

Os chineses exigiram do governo federal um pedido oficial de desculpas, mas isso até agora não aconteceu. Perplexos, assim como grande parte da população, os presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (AP), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), ambos do DEM, se pronunciaram, prontamente, e fizeram as vezes das autoridades deste País, que tinham e têm a obrigação institucional de se retratar, de forma cabal, quanto ao que foi dito, nas redes sociais, quanto às palavras do parlamentar filho de Bolsonaro.

Isso é algo que pode minimizar a crise no campo da diplomacia, mas, é evidente, não desfaz os efeitos deletérios na relação entre os dois países, hoje ainda próximos pelo posicionamento, por exemplo, dos governadores nordestinos, que integram o Consórcio Nordeste, pedindo socorro à China. A solicitação parece ter sido aceita pelo governo chinês, compreendendo, entre vários aspectos, que a postura do governo federal e auxiliares bolsonaristas indica que o Brasil virou nau à deriva, sem comando central.

Fica claro, apesar das medidas adotadas por agentes como o ministro da Saúde, que o País não dispõe de um líder compatível com o necessário equilíbrio, inteligência, sensibilidade, bagagem intelectual, qualificação técnica e compromisso, diante dos desafios a serem enfrentados daqui para a frente. Assim, vai se construindo um consenso, não só na classe política, mas igualmente entre os poderes Legislativo e Judiciário e setores sociais majoritários, que indica para o imperativo urgente de afastar Bolsonaro, por seus crimes.