Em sua coluna de hoje, o jornalista Paulo Cappelli revela que o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu entrar de vez na disputa simbólica conhecida como “guerra dos bonés”, iniciada entre bolsonaristas e apoiadores do governo Lula. O ex-mandatário anunciou que vai mandar fazer um boné personalizado para usar em compromissos públicos. A ideia, segundo Bolsonaro, remonta a um pensamento que vem desde o período da posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em entrevista à coluna, Bolsonaro explicou que está considerando uma frase impactante para estampar seu boné: "Dê-me 50% da Câmara e do Senado que eu mudo o Brasil: Bolsonaro 2026". O ex-presidente admite que a mensagem pode ser longa demais para caber completamente no acessório, mas reafirma que a frase ou uma versão abreviada dela será uma das possibilidades para o adereço. A intenção é fortalecer sua imagem política e a campanha que ele está preparando para reverter sua inelegibilidade, buscando condições de concorrer novamente à Presidência em 2026.
A mensagem no boné também visa reforçar o trabalho jurídico de Bolsonaro, que tenta reverter a decisão que o impede de se candidatar. Seus aliados no Supremo Tribunal Federal (STF) acreditam que mudanças na composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) podem abrir portas para um recurso favorável. Com a presença de ministros indicados por Bolsonaro ao STF, como André Mendonça e Kassio Nunes Marques, a expectativa é de que o ex-presidente tenha mais chances de reverter sua inelegibilidade. No entanto, a maioria dos ministros do STF acredita que Bolsonaro não conseguirá sucesso em sua estratégia no TSE.
A chamada "guerra dos bonés" teve início em janeiro, quando Bolsonaro e seus apoiadores usaram bonés vermelhos com o famoso slogan "Make America Great Again" (MAGA), em referência ao ex-presidente Donald Trump. Em resposta, apoiadores do governo Lula adotaram bonés azuis com o lema "O Brasil é dos brasileiros", uma frase que remonta às campanhas de José Serra contra o PT nas eleições de 2010.