Em novo ataque ao sistema eleitoral brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro voltou a ameaçar a tranquilidade do pleito do ano que vem, quando pretende disputar sua reeleição. Bolsonaro (sem partido) fez novas ameaças nesta quinta-feira (8), ameaçando um golpe.
“Eleições no ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, disse.
Bolsonaro declarou isso a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada. A fala foi transmitida por um site bolsonarista. O presidente tem feito recorrentes afirmações falsas sobre as eleições no Brasil, com acusações infundadas de que pleitos passados foram fraudados e que ele só será derrotado em 2022 caso haja irregularidade semelhante —pesquisas recentes apontam o favoritismo do ex-presidente Lula (PT).
A principal estratégia do presidente é questionar a segurança das urnas eletrônicas, sistema usado desde 1996 e considerado eficiente e confiável por autoridades e especialistas no país. O próprio Bolsonaro foi eleito para o Legislativo usando o sistema em diferentes ocasiões, assim como venceu o pleito para o Palácio do Planalto em 2018 da mesma forma.
Jair Bolsonaro defende a adoção do voto impresso. De acordo com ele, seria auditável. Tramita no Congresso uma proposta nesse sentido, mas a ideia conta com oposição de uma coalizão de partidos, alguns deles da própria base de Bolsonaro.
Veja o vídeo com o trecho da ameaça golpista:
Mentiras e críticas à Argentina
Jair Bolsonaro (sem partido) participou hoje da 58ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. Em discurso, Bolsonaro fez críticas ao presidente da Argentina, Alberto Fernández, cobrou mais flexibilização do bloco econômico e mentiu sobre a situação da pandemia no Brasil.
Bolsonaro afirmou que os brasileiros haviam retomado de forma "plena" e "segura" as atividades rotineiras, como ir às aulas e ao trabalho.
Diferente do que foi dito pelo presidente, cidades em todo o país discutem se é seguro retomar as aulas presenciais por conta do risco de disseminar o vírus. São poucos os estados, como São Paulo, que determinaram a retomada gradual das aulas presenciais.
Autoridades em saúde como a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), continuam recomendando o distanciamento social para reduzir o número de infecções até que todos os cidadãos estejam imunizados contra a covid-19.
Com informações do DCM e UOL