Bolsonaristas, antiaborto e golpista vencem o Conselho Federal de Medicina

Nikolas Ferreira e Carla Zambelli foram alguns dos apoiadores

Apoiados por parlamentares de extrema direita como Nikolas Ferreira e Carla Zambelli e também por empresários como Luciano Hang e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, um grupo formado por médicos que se declara como da “direita conservadora” venceu as eleições para o Conselho Federal de Medicina (CFM).

No Piauí, a chapa Dignidade Médica venceu com 72,19 contra 27,81 da chapa A voz do Jovem Médico. Ao final do texto, a composição da chapa vencedora no Piaui. 

Entre os vencedores estão Raphael Câmara (foto). Do Rio de Janeiro, ele já era conselheiro e foi reeleito com o slogan: “não deixar a esquerda tomar o CFM”.

Câmara é o nome por trás da resolução do CFM que proibiu a assistolia fetal a partir da 22ª semana de gravidez, prazo limite para a realização do aborto em caso de mulheres vítimas de estupro.

A resolução foi suspensa em maio pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o argumento de que ela teria ido além das competências da autarquia.

Outra componente da chapa é Rosylane Rocha, que venceu pelo Distrito Federal. Ela comemorou nas redes a invasão aos três poderes no 8 de janeiro, em Brasília.

Já Annelise Meneguesso, que já se referiu ao aborto como “agenda demoníaca” e uma “nova face do marxismo cultural”, foi derrotada na Paraíba. Ela teve 30% dos votos válidos contra 69% da chapa vencedora.

Francisco Cardoso Alves, da chapa Força Médica, venceu em São Paulo com 37,98% dos votos válidos. Ele foi apoiado por Nikolas Ferreira (PL-MG) e já apareceu em lives bolsonaristas por defender tratamentos sem comprovação científica na pandemia.

O processo eleitoral

A votação ocorreu durante terça (6) e quarta-feira e foi online. Os estados e o Distrito Federal elegeram um conselheiro titular e um suplente cada. O mandato dos eleitos vai de 1º de outubro de 2024 a 30 de setembro de 2029.

O conselho é responsável por definir normas e diretrizes da prática médica, investigar denúncias de má conduta, supervisionar os conselhos regionais e colaborar com o governo para formular políticas e programas.

 Chapa Dignidade Médica/PI

Com informações do Globo e da Folha