Bíblia evangélica é livro mais vendido do Brasil em 2024 com 12 milhões de unidades

as afirmações são de Samuel Couto, diretor editorial da Thomas Nelson Brasil

Em 2024, a Bíblia evangélica consolidou-se como o livro mais vendido no Brasil, refletindo o crescente interesse pela literatura cristã no país. Segundo Samuel Couto, diretor editorial da Thomas Nelson Brasil, esse fenômeno é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a busca por espiritualidade e o aumento da população evangélica.  A editora vendeu cerca de 12 milhões de exemplares da Bíblia evangélica em 2024. Ele destaca que “o evangélico compra muito mais e lê pelo menos duas vezes mais que os católicos” e associa o fenômeno ao fato de que, na fé protestante, “não é preciso padre para chegar a Deus” — basta conseguir ler e interpretar a Bíblia de forma autônoma.

Couto explica que a Bíblia protestante conta com 66 livros, sendo historicamente traduzida diretamente do aramaico, enquanto a católica “possui mais textos” e todas as traduções “são feitas a partir daquele texto canonizado na Idade Média”. As novas versões evangélicas, segundo ele, frequentemente incorporam “descobertas arqueológicas de textos originais”, o que gera diferentes interpretações e reflexões em torno de passagens bíblicas.

O mercado editorial brasileiro tem observado uma expansão na literatura cristã, especialmente após a pandemia, período em que muitos leitores buscaram conforto e esperança nas páginas de livros religiosos. A Thomas Nelson Brasil, sob a liderança de Couto, tem desempenhado um papel crucial nesse movimento, trazendo ao público nacional obras que abordam temas de fé e espiritualidade.  “O termo Thomas Nelson Brasil é mais pesquisado [no Google] do que grandes editoras como a Companhia das Letras”, afirma o executivo.

A predominância da Bíblia evangélica nas listas de mais vendidos reflete não apenas uma tendência de mercado, mas também uma mudança cultural significativa, indicando uma sociedade em busca de sentido e propósito através da fé.

Mesmo com o crescimento entre os leitores evangélicos, o editor avalia que o público infantil ainda é o mais forte no mercado geral. Entretanto, ele ressalta a importância da publicação de Bíblias e livros religiosos. “A leitura é um exercício da fé, que alimenta um mercado em expansão”, conclui.