Atividade econômica no Brasil cresce pelo 2º mês seguido

Em 12 meses, indicador é positivo em 3,8%

Pelo segundo mês consecutivo, a economia brasileira apresentou crescimento em fevereiro de 2025. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Banco Central (BC), o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou alta de 0,4% em relação a janeiro, com base em dados dessazonalizados (ajustados para variações temporais).

Com isso, o índice alcançou 108,8 pontos no mês. Na comparação com fevereiro de 2024, a atividade econômica teve expansão de 4,1% (neste caso, sem ajuste sazonal). No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador também apresentou resultado positivo, com crescimento de 3,8%.

O IBC-Br funciona como uma espécie de termômetro da economia e é utilizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) como um dos referenciais para definir a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está fixada em 14,25% ao ano. O índice agrega dados de diversos setores da economia — como indústria, comércio, serviços e agropecuária —, além da arrecadação de impostos.

Selic e controle da inflação

A Selic é a principal ferramenta do BC para controlar a inflação. Quando os juros sobem, o objetivo é conter o consumo e, assim, aliviar a pressão sobre os preços. Juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança, o que tende a reduzir a inflação, mas também pode desacelerar o crescimento econômico.

Por outro lado, quando o Copom reduz a taxa, há estímulo à produção e ao consumo, o que impulsiona a economia, mas reduz o controle sobre a inflação.

Inflação desacelera, mas ainda preocupa

Em março, a inflação perdeu força, com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficando em 0,56%, após ter registrado 1,31% em fevereiro. A alta foi impulsionada, principalmente, pelo aumento dos preços dos alimentos, segundo o IBGE.

Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada chega a 5,48%, acima do teto da meta oficial, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Em resposta ao cenário inflacionário, o Banco Central elevou novamente a Selic em um ponto percentual na reunião de março — a quinta alta seguida — dentro do ciclo de aperto monetário. Em comunicado, o Copom afirmou que a economia segue aquecida, embora haja sinais de desaceleração, e alertou para o risco de inflação persistente nos serviços. O comitê adiantou que pretende promover uma elevação mais moderada da Selic em maio, mas não sinalizou os próximos passos.

PIB e IBC-Br: diferenças metodológicas

Embora o IBC-Br seja uma referência importante para decisões de política monetária, ele não é considerado uma prévia oficial do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado pelo IBGE e segue outra metodologia.

O PIB representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país. Em 2024, o Brasil registrou um crescimento de 3,4% no PIB — o quarto ano seguido de alta — com o melhor desempenho desde 2021, quando a expansão foi de 4,8%.