O secretário-adjunto de Segurança Pública de Osasco, Adilson Custódio Moreira, foi assassinado a tiros dentro da prefeitura da cidade nesta segunda-feira (6). O crime, considerado de natureza banal, foi cometido pelo guarda-civil municipal Henrique Marival de Sousa, que participava de uma reunião na sede do Executivo antes de realizar o ataque.
Adilson havia convocado uma reunião com integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) para tratar da estrutura da corporação na nova gestão, empossada no início de janeiro. O encontro aconteceu na Sala Oval, principal espaço de reuniões da prefeitura. Ao final, o secretário chamou os agentes para conversas individuais em outra sala. Henrique foi o último a entrar. Após a saída dos demais guardas, a porta foi trancada e tiros foram disparados.
Segundo investigações preliminares, Henrique não concordou com uma mudança na escala de trabalho apresentada durante a reunião. A insatisfação teria sido agravada ao descobrir que não faria parte da equipe de segurança do prefeito e, consequentemente, não continuaria atuando na prefeitura. Descontrolado, ele assassinou o secretário-adjunto.
Assim que o caso foi reportado, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar foi acionado para conduzir as negociações. Os corredores do prédio foram isolados, e os funcionários, evacuados. De acordo com a investigação, o guarda trancou a porta da sala, montou uma barricada e impediu o acesso de outros funcionários. A esposa de Henrique foi chamada e ajudou a convencê-lo a se entregar. Henrique se entregou após algum tempo e deixou a arma no local. Quando as equipes policiais entraram na sala, constataram que Adilson já estava morto.
"A partir do momento que ele verificou uma certa confiança em poder se entregar, sem quaisquer consequências, ele deixou a arma no local e se entregou. Infelizmente, quando o médico entrou, confirmou-se que o secretário já estava morto há algum tempo", explicou o comandante da Tropa de Choque da Polícia Militar, Valmor Racorti.
Descrito por pessoas próximas como tranquilo, Henrique é casado e pai de uma menina.
Henrique Marival de Sousa foi preso e permanece à disposição da Justiça.
Reações oficiais
O prefeito de Osasco, Gerson Pessoa, não estava no prédio no momento do crime. Em comunicado nas redes sociais, ele expressou consternação e decretou luto oficial de três dias.
"Estou consternado com essa situação. Vamos acompanhar a família do Moreira e oferecer todo o suporte necessário neste momento de dor. Nossas orações à família e aos amigos da vítima neste dia tão triste para Osasco", escreveu.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que Henrique foi encaminhado ao 5º Distrito Policial de Osasco, onde será ouvido e indiciado. Exames periciais foram solicitados e as investigações prosseguem.
A trajetória de Adilson Custódio Moreira
Nascido em Jequitinhonha, Minas Gerais, em 12 de janeiro de 1971, Adilson se mudou para Cabreúva, no interior de São Paulo, aos seis anos. Em 1988, transferiu-se para Osasco, onde iniciou sua carreira como guarda municipal em 1992.
Adilson destacou-se por sua dedicação à Guarda Civil Municipal (GCM), contribuindo para projetos como:
- Implantação do Canil da Guarda Civil em 2001;
- Coordenação de transporte e reestruturação predial da corporação;
- Revisão do Plano de Cargos e Carreira da GCM.
Em 2018, assumiu o cargo de secretário de Segurança e Controle Urbano de Osasco. No ano seguinte, tornou-se secretário-adjunto, posição que ocupava até sua morte.
As motivações do homicídio ainda estão sendo apuradas pelas autoridades.