A tragédia que culminou com a morte de 4 estudantes. Saiba mais.

A comunidade de Heliópolis está devastada

A pequena cidade de Heliópolis, no interior da Bahia, foi abalada por uma tragédia que chocou seus cerca de 12 mil habitantes. Na última sexta-feira (18), um adolescente de 14 anos abriu fogo contra colegas na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Dom Pedro I, no povoado de Serra dos Correias. Três estudantes, todos amigos do atirador, foram mortos: Jonathan Gama dos Santos, Fernanda Sousa Gama e Adriele Vitória Silva Ferreira, todos com 15 anos. Após cometer o crime, o jovem tirou a própria vida.

Jonathan, um adolescente descrito como calmo e dedicado, sonhava em ser policial federal. Ele e Fernanda eram primos e, junto com Adriele, faziam parte de um grupo de amigos que incluía o atirador. "Eram todos amigos, não havia nenhum problema", relata Jonatas Silva, namorado da prima de Jonathan, ainda incrédulo com o ocorrido. A comunidade tenta encontrar respostas para um ato tão devastador. "Não conseguimos entender o motivo, é inexplicável", desabafa Jonatas.

O crime ocorreu por volta das 16h30, durante uma aula de Artes. Testemunhas relataram que o atirador, descrito por professores e colegas como um aluno sociável e participativo, tirou um revólver da mochila e começou a disparar, aparentemente sem um alvo específico. Os estudantes correram para tentar se salvar, mas Jonathan, Fernanda e Adriele foram atingidos fatalmente. Após o ataque, o jovem virou a arma contra si mesmo.

A diretora da escola, Jinelma Maria dos Santos, descreve o atirador como um estudante tranquilo, sem histórico de problemas disciplinares. "Era um menino sociável, participativo, com boas notas", diz ela, ainda chocada com a tragédia. No entanto, o professor de Matemática, José Magnoélio Silva, que conhecia o aluno, o descreve de maneira diferente: "Ele era mais reservado, um pouco na dele, mas não tinha inimizades com ninguém".

A tragédia interrompeu a rotina pacífica de uma escola onde, segundo a diretora, não havia registros de problemas graves de comportamento ou violência. Agora, as forças de segurança da Bahia investigam como o adolescente teve acesso à arma usada no ataque, um revólver que foi apreendido pela polícia. O pai do jovem, em depoimento, afirmou não saber de onde o filho obteve a arma.

A comunidade está devastada. Inicialmente, os corpos dos adolescentes foram encaminhados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Euclides da Cunha. A escola permanecerá fechada por pelo menos oito dias, e um plano de acolhimento psicológico será organizado para apoiar alunos e professores. "É um desafio a superar", afirma Jinelma, expressando o luto e a perplexidade de toda a cidade.