Cerca de 900 mil clientes permanecem sem energia elétrica na capital e na Grande São Paulo após uma intensa chuva acompanhada de ventos fortes que atingiu a região. A concessionária Enel atribui a situação a um "evento climático extremo".
Os moradores estão enfrentando quase 40 horas sem luz desde que uma chuva repentina na sexta-feira (11) provocou o desligamento de várias linhas de alta tensão e subestações de energia, afetando especialmente as zonas oeste e sul da capital, além de áreas da região metropolitana.
É importante ressaltar que o número de 900 mil refere-se a pontos de instalação, e cada residência pode abrigar várias pessoas.
Veja o comentário do jornalista Leonardo Sakamoto, feito no facebook, sobre os apagões em SP:
Mais de dois milhões de paulistas ficaram 24 horas sem luz depois que uma tempestade atingiu a capital e o interior no dia 3 de novembro do ano passado. Agora, mais de 1,6 milhão seguiam sem luz 14 horas após o temporal que atingiu São Paulo, nesta sexta (11), inclusive na capital, até o momento de publicação deste lamento.
Apesar do jogo público de empurra, tanto a Enel quanto a Prefeitura são responsáveis pelas podas de árvores em São Paulo e, portanto, pelo problema. Ventos de mais de 100 km/h podem arrancar plantas saudáveis, mas em muitos pontos da cidade espécimes carcomidos por cupins ou com raízes podres caem com ventos bem mais fracos que isso.
Na busca por aumentar o seu faturamento, a Enel não faz o investimento necessário em manutenção preventiva da rede elétrica e reduziu a sua força de trabalho direta e indireta, o que faz falta em momentos de crise. Mas a Prefeitura também não fez sua lição de casa quanto à remoção de árvores condenadas ou em situação de risco
“Ah, mas tratar disso em pleno segundo turno é interferir no jogo eleitoral”, bradam alguns no intuito de proteger o prefeito. Não, não é. Ricardo Nunes é candidato à reeleição, mas continua o responsável pela administração da cidade e pelas decisões que tomou até agora.
Sempre defendi aqui que eleições deveriam ser movidas para época de chuvas no Brasil, pelo menos no Sul e no Sudeste, porque a memória de muita gente seca com o passar do tempo. As mudanças climáticas, infelizmente, atenderam a minha sugestão.
Mas não tenho muita esperança que isso levante um debate real. Tem mais gente interessada em saber o que pensam os candidatos sobre Venezuela e Hamas do que sobre a capacidade da cidade de fazer frente às mudanças climáticas.