Paolla Oliveira, rainha de bateria da Grande Rio há quatro anos, foi sem a menor dúvida, a dona da avenida. Não apenas pelo carisma e simpatia, mas pelo corpo que pouquíssimas mulheres de 40 anos podem ostentar – sim, ela tem 40 anos, pasmem.
Chegar aos quarenta – ou perto dos 50, que o diga Alessandra Negrini – com um corpo ainda padrão custa muito suor e muita dedicação, e o mérito dessas mulheres jamais merece ser questionado. É claro que mulheres que se cuidam envelhecem bem – mas nós não estamos aqui pra discutir o óbvio.
Me pego pensando quantas donas de casa, com os seios caídos de amamentarem seus filhos, celulite e estrias na barriga enxergam Paolla Oliveira na avenida e não se sentem horrorosas.
Não me venham com essa de que “mulher tem que se aceitar do jeito que é.” Sim, é verdade, mas vendo beldades na televisão, no cinema e na avenida, essa aceitação fica muito, muito mais difícil.
Estou dizendo com isso que só as mulheres fora dos padrões devem desfilar na Sapucaí?
De forma alguma. Mulheres como Paolla e Alessandra são exemplos pra nós.
O que não podemos esquecer, até mesmo em nome de uma certa justiça discursiva, é que não basta querer pra chegar aos 40 como a Paolla.
É preciso ter tempo de se exercitar. É preciso ter acesso a boas nutricionistas. É preciso se alimentar de forma saudável em um país em que comer saudável é muito mais caro do que comer mal. É preciso fazer intervenções estéticas, comprar as melhores maquiagens e cuidar da pele com os melhores profissionais. É preciso, sobretudo, ter dinheiro.
Quantas mulheres comuns vocês conhecem que têm condições de envelhecerem como Paolla Oliveira? Só as sortudas, com uma genética muito boa, e olhe lá.
As mulheres “comuns” não são as brasileiras que os gringos querem ver. As mulheres comuns estão em casa, fazendo faxina, cuidando dos filhos depois de um dia estressante de trabalho, e passando a noite no celular tentando ser iguais às blogueiras fitness, sem saber, coitadas, que jamais conseguirão.
Por isso, dessa vez, o meu texto vai para as mulheres: se comparar com outras mulheres com muito mais condições de envelhecerem como gostosas de 20 anos é um tiro no próprio pé.
Na vida real, há mulheres reais. Mulheres com manchas, celulites, estrias, barrigas salientes e flacidez. Nada, absolutamente nada é mais normal do que isso.
Admiremos as Paollas e as Alessandras. Elas merecem aplausos e elogios. Mas não nos esqueçamos: a indústria da beleza não pode nos convencer de que basta querermos e seremos como elas.
Até a beleza é uma questão de classe.
Segunda pele: o segredo que Paolla Oliveira levou à Sapucaí
O figurino contou com uma segunda pele que cobriu todo o seu corpo, com exceção da cabeça, e de uma espécie de armadura prateada montada por cima da segunda pele.
A segunda pele deu um tom de perfeição para seu corpo, já muito admirado pelos fãs, retirando de vista qualquer eventual “dobrinha” e fazendo com que a musa pudesse desfilar apresentando um corpo uniforme e combinando com as armas e metais prateados de Ogum.
A arquibancada da Sapucaí veio abaixo com a beleza da musa. Mas pouco se falou sobre a estratégia que Paolla utilizou, nos bastidores, para que a segunda pele pudesse oferecer o efeito desejado – uma vez que o traje é conhecido por parecer sobremaneira artificial quando usado “à seco”.
Pois bem, os foliões e folionas que quiserem usar uma segunda pele e deixá-la, como Paolla Oliveira o fez, mais natural, podem seguir a dica da musa. Paolla revelou que o truque para atingir o efeito desejado jaz em molhar frequentemente a segunda pele. O objetivo é fazer com que o tecido possa ir aderindo à própria pele a fim de que não fique tão aparente. Ao longo do desfile, ela foi molhada por algumas vezes por uma assessora.