A contribuição nordestina para as Olimpíadas de Paris

A região Nordeste e a Sul empataram na representatividade de atletas titulares nas Olimpíadas de Paris, com 41 atletas cada

MidiaNinja - A região Nordeste e a Sul empataram na representatividade de atletas titulares nas Olimpíadas de Paris, com 41 atletas cada. Essa coincidência pode ser associada ao fator populacional. Com mais de 54 milhões de habitantes, o Nordeste é a segunda região mais populosa do Brasil, atrás do Sudeste, que tem 84 milhões. Em termos de densidade demográfica, o Nordeste ocupa o terceiro lugar, com 35,2 habitantes por quilômetro quadrado.

Comparando com as regiões Norte e Centro-Oeste, o Nordeste teria três vezes mais chances de enviar atletas aos Jogos, considerando apenas o fator populacional, já que as três regiões não são consideradas polos esportivos estruturais, liderados pelo Sudeste e Sul. Mesmo assim, o Nordeste se destaca como uma grande potência esportiva, enviando atletas de alto desempenho para outras regiões e até para o exterior.

A falta de uma educação de qualidade pode ser prejudicial ao desenvolvimento de atletas, pois educação e esporte são fundamentais para o crescimento social e cognitivo, afastando-os de atividades prejudiciais e oferecendo melhores oportunidades profissionais. 

Mauro Silva, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol e campeão mundial em 1994, compartilha sua experiência com o portal da Academia Nacional de Direito Desportivo. Durante sua juventude, sua mãe, viúva e mãe de três filhos, achava imprescindível que ele não abandonasse os estudos. Silva enfatiza a importância da educação na formação de um atleta: “A formação integral que tive no clube me permitiu alcançar níveis de desenvolvimento como atleta de alto rendimento, culminando no Mundial, o auge da carreira de um jogador de futebol”, relata. Sua trajetória destaca como a combinação de educação e esporte pode levar a grandes conquistas.

Premiado com a Bola de Ouro do Campeonato Brasileiro de 1991, Silva afirma que, sem educação, não teria conquistado suas vitórias no esporte, por acreditar que esporte e educação caminham juntos para um futuro melhor.

O destino dos atletas nordestinos de alto desempenho

Conforme o Guia Time Brasil do Comitê Olímpico do Brasil (COB), muitos atletas nordestinos titulares nas Olimpíadas de Paris representam instituições situadas nas regiões Sul e Sudeste. Outros seguem carreira no exterior. Esse êxodo é principalmente devido à falta de investimentos em infraestrutura esportiva, eventos competitivos e apoio financeiro, levando atletas a buscar melhores oportunidades fora de sua terra natal. A pandemia agravou essa situação, dificultando o acesso ao esporte e à educação, afetando os planos de formação continuada.