A recente queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conectava o Tocantins ao Maranhão, expôs um problema mais amplo na infraestrutura viária brasileira. Dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) indicam que, das 5.827 pontes sob sua responsabilidade, 727 estão classificadas como em condições críticas ou ruins. Desse total, 130 pontes encontram-se na pior categoria possível, enquanto 597 são consideradas ruins.
A ponte que desabou estava na categoria 2, indicando condição ruim. O Dnit utiliza uma classificação que varia de 1 (crítico) a 5 (ótimo) para avaliar o estado das pontes federais. Além das estruturas em estado crítico ou ruim, 1.538 pontes estão em condição regular, 2.220 em bom estado e apenas 67 são consideradas em ótimo estado. Há ainda 1.275 pontes com situação não definida.
Estados como Ceará, Pernambuco, Minas Gerais e Pará concentram o maior número de pontes em condições críticas ou ruins. A precariedade dessas estruturas representa um risco significativo para a segurança dos usuários das rodovias federais.
O Dnit informou que, entre novembro de 2021 e novembro de 2023, manteve um contrato de manutenção para a ponte que desabou, no valor de R$ 3,5 milhões, por meio do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (PROARTE). No entanto, uma licitação lançada em maio de 2024, estimada em R$ 13 milhões para obras de reabilitação da ponte, não teve empresas interessadas.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que uma sindicância será instaurada para apurar as causas e responsabilidades pelo desabamento. Enquanto isso, medidas provisórias, como o uso de balsas para travessia, estão sendo implementadas para minimizar os transtornos causados pela interrupção da ponte.