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UFPI pede socorro: no segundo semestre pode parar atividades

UFPI pede socorro: no segundo semestre pode parar atividades

Por Sâmia Menezes A educação brasileira está emitindo verdadeiro sinal vermelho. Tudo em decorrência do decreto presidencial que prevê bloqueio de 30% dos recursos de custeios das instituições de ensino superior federal do Brasil e a UFPI é uma delas. “Primeiro a universidade não poderá pagar água e energia. Depois os contratos de prestação de serviços (como limpeza e segurança) deixarão de ser cumpridos. Em seguida, o restaurante universitário ficará sem recursos. Programas de assistência a estudantes pobres também estão ameaçados. E se a medida não for revista, o corte comprometerá as atividades da universidade já no segundo semestre deste ano. Este é um resumo dos primeiros efeitos da asfixia financeira de Bolsonaro na educação e ciências do Brasil, divulgado por várias instituições,”, alerta matéria publicada no El País. E é fato. Em entrevista à imprensa na manhã desta terça, 07, o reitor da Universidade Federal do Piauí, José Arimateia Dantas, foi taxativo: “ficará inviável o funcionamento da universidade como um todo”. Segundo ele, que pediu o apoio da comunidade acadêmica, da imprensa, dos parlamentares e egressos, não houve nenhum diálogo por parte do governo federal. A universidade anunciou corte de 40% dos terceirizados, a não renovação da telefonia celular institucional, suspenção de viagens em congressos e eventos para estudantes. Já se fala internacionalmente, no desmonte da ciência nacional. E o próprio ministro da pasta, o astronauta Marcos Pontes, veio à público defender o desbloqueio de recursos do orçamento determinado pelo Ministério da Economia. "O orçamento é incoerente com a importância do setor para o desenvolvimento nacional. Recursos para ciência e tecnologia não são gastos, são investimentos. Todos os países desenvolvidos, quando estão em crise, investem mais no setor”, afirmou o ministro, em audiência no Senado. Confira a nota da UFPI: NOTA AO PÚBLICO A Universidade Federal do Piauí (UFPI) confirma o bloqueio global de 30% em seu orçamento de custeio, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) na última terça-feira (30/04/2019). A decisão impacta diretamente no funcionamento da Universidade, comprometendo gravemente sua capacidade de cumprir com as atividades administrativas e acadêmicas. O bloqueio representa um corte total de mais de 33 milhões de reais, da seguinte form: 1. mais de 1,5 milhão dos programas de Ensino, Pesquisa e Extensão (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Tecnológica (PIBITI), Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX), Programa de Monitoria, etc.); 2. mais de 2,8 milhões para o funcionamento das três escolas vinculadas (Colégios Técnicos de Teresina, Floriano e Bom Jesus); -3. E 28,7 milhões para o funcionamento do Ensino Superior. O corte afeta diretamente os serviços de vigilância, limpeza, fornecimento de energia e água, manutenção de equipamentos, transporte, dentre outros. Merece ser destacado que o bloqueio anunciado representa aproximadamente 50% dos recursos previstos no orçamento para o período de maio a dezembro. Atualmente oferecendo 84 cursos presenciais; 15 de ensino a distância, por todo o Piauí; 46 cursos de pós-graduação em nível mestrado, 19 doutorados; 23 residências médicas e 11 residências multiprofissionais, a UFPI, com 48 anos de existência, tem se firmado como uma das instituições que mais contribui para o desenvolvimento do estado e do país. Vale destacar que, a despeito dos inúmeros cortes sofridos pelas universidades, a UFPI vem, num trabalho diligente de toda sua equipe administrativa, cumprindo com seus compromissos e não possuindo, mesmo neste contexto de restrições orçamentárias, contas em atraso e nem obras paradas. A UFPI se apresenta no cenário atual com uma comunidade acadêmica constituída de cerca de 45 mil pessoas; com mais de 4.000 alunos assistidos nos seus programas de bolsas institucionais. Oferece mais de 90% dos programas de pós-graduação stricto sensu do Piauí e 48% dos cursos de Licenciatura do Estado. Na última década, contribuiu com a formação de mais de 30.000 novos profissionais, nas diversas áreas do conhecimento. Vale ainda destacar que no contexto da qualificação e formação de recursos humanos, a UFPI é a única IFES do Piauí a oferecer cursos de Doutorados Institucionais, e também a única a ofertar os cursos de graduação em: Medicina Veterinária, Música, Arqueologia, Educação no Campo, Engenharia Florestal, Engenharia de Materiais, Licenciatura em Libras, dentre outros. A instituição tem, dentre suas missões, o compromisso da garantia de uma educação pública de qualidade, da geração do conhecimento, da inovação, contribuindo, efetivamente, para o desenvolvimento econômico, político e social do país. Reafirma, portanto, a defesa desses direitos, junto à sociedade piauiense e de todo o Brasil.    

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