Pensar Piauí

PCdoB apóia Maia e na troca de comando do Karnak faltou o PT

PCdoB apóia Maia e na troca de comando do Karnak faltou o PT

Hoje quero tratar de 2 partidos da esquerda brasileira. Os dois mais tradicionais. Um, por sua longa história, começada no início do século passado. Outro, pelo tamanho que conseguiu alcançar, organizado que está em quase todos os municípios do Brasil. Em outubro passado a esquerda brasileira, exatamente representada por estes dois partidos nas candidaturas de Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, sofreu uma derrota eleitoral/política significativa. A direita voltou ao poder no Brasil. E voltou com aquilo que ela tinha de pior. Não é só direita, é extrema direita e irracional. A esquerda precisará suar muito para voltar a posição anterior de destaque na cena política brasileira. Mas os primeiros passos, pós derrota, indicam que o caminho não será fácil. Partido Comunista do Brasil O PC do B anunciou que votará em Rodrigo Maia para a presidência da Câmara dos Deputados. O mesmo Rodrigo Maia que fechou acordo com Bolsonaro. Com esta definição, o PC do B junta-se ao PDT que também na eleição passada se opôs a Bolsonaro com a candidatura Ciro Gomes e isola PT, PSB e PSol, fragilizando-os. Em nome de que o PC do B votará em Rodrigo Maia? Rodrigo Maia que possivelmente se elegerá com votos do PDT e do PC do B se comprometeu com alguma pauta da esquerda? Só para lembrar: Maia foi um dos artífices do golpe 2016, deu sustentação ao famigerado governo Temer, e foi o sustentáculo da agenda antissocial e antieconômica do governo usurpador. Que o Brasil precisa de união dos partidos de esquerda, dos movimentos populares e sindicais e de setores não de esquerda mas compromissados com a ética e a seriedade do trato com a causa pública, ninguém duvida. Agora, como unir tanta gente assim, com os representantes partidários aliando-se com o que há de pior na política? A tão sonhada unidade não vai acontecer. Agora é esperar que PT, PSB e PSol honrem o pensamento de esquerda. Partido dos Trabalhadores Hoje, Regina Sousa, vice de Wellington Dias assumiu o governo do estado do Piauí. O titular saiu de férias e fará uma viagem internacional com a família. Acompanhei o ato de transmissão do cargo pelas redes sociais. Observei as fotos do evento e notei uma ausência. O presidente do PT do Piauí, Assis Carvalho. Em 2018, quando da montagem da chapa que em outubro ganhou as eleições, Assis foi determinante no sentido do PT ter os dois principais cargos em disputa. Na transmissão do cargo hoje, Regina Sousa foi econômica nas palavras e objetiva na mensagem: sua interinidade não permite mais que atender a agenda normal do Palácio de Karnak com ênfase na finalização da proposta de reforma administrativa. Ok! É isso mesmo! Mas faltou algo. Faltou o PT. Ali era um petista histórico passando o governo para uma petista histórica. Pelo momento que atravessa o país, não é pouca coisa. Sei que vão alertar que aquilo era um ato de governo e não de partido. Sim, eu sei. Mas o contrário não indicaria pecado, imoralidade ou ilegalidade. O PT precisava deste carinho.          

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