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Os trabalhistas, o jornalismo e a esquerda perdem hoje um grande companheiro

Os trabalhistas, o jornalismo e a esquerda perdem hoje um grande companheiro

Foto: GooglePaulo Henrique Amorim
Paulo Henrique Amorim

 Ás 8:00 de hoje liguei meu computador para iniciar os trabalhos do pensarpiauí e fui surpreendido com a notícia da morte do jornalista Paulo Henrique Amorim, de enfarto nas primeiras horas de hoje. Que tristeza, que lamentável notícia. A seguir vou transcrever um pouco da biografia de PHA. Mas é importante registrar uma passagem na vida deste importante jornalista: hoje na internet o espectro político da esquerda brasileira tem um espaço conquistado e, isso, se deve muito a PHA. Brizolista convicto, Paulo Henrique, esteve sempre em defesa dos trabalhadores brasileiros e tornou o seu blog Conversa Afiada leitura obrigatória pelos esquerdistas deste país. Na eleição presidencial de 2010, quando o então candidato José Serra, disse ter sofrido um atentado, o Conversa Afiada e PHA foram fundamentais para esclarecer que na careca do Serra bateu penas uma bolinha de papel. Em 2010 aconteceu, em São Paulo, o I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Já havia muitas pessoas dedicadas a escrever e divulgar seus conteúdos pela internet. Mas foi este Encontro que deu unidade e impulso aos blogueiros de esquerda. Paulo Henrique Amorim estava lá. Contou sua experiência no Conversa Afiada, disse como achava que deveria ser o comportamento dos blogueiros e passou coragem aos presentes. O jornalismo perde muito. Os trabalhistas e aqueles que se posicionam à esquerda perdem hoje um grande companheiro. Biografia Paulo Henrique dos Santos Amorim, nasceu no Rio de Janeiro em 22 de fevereiro de 1942, era formado em Sociologia Política e também conhecido pela sigla PHA. PHA atuou no ramo do jornalismo desde 1961. Atualmente, escrevia para diversos jornais e revistas do país, mantendo o blog Conversa Afiada. Entre 2006 e 2019,foi apresentador e repórter do Domingo Espetacular pela Rede Record. PHA trabalhou em jornais, revistas, televisão, Internet e publicou livros. Cobriu eventos com repercussão internacional: a eclosão do vírus ebola na África (1975 a 1976); a eleição (1992) e a posse do então novo presidente norte-americano Bill Clinton (1993); os distúrbios raciais (1992) e o terremoto (1994) de Los Angeles; a guerra civil de Ruanda e a rebelião zapatista no México (1994).[3] O primeiro emprego como jornalista foi no jornal A Noite, no Rio de Janeiro em 1961, ano em que fez a cobertura para o jornal, da renúncia do presidente Jânio Quadros e a tentativa do governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, o qual formou a Cadeia da Legalidade para garantir a posse do vice, João Goulart, que seria derrubado em 1964. Trabalhou em Nova Iorque, nos Estados Unidos como correspondente internacional. Foi contratado pela Editora Abril para ser repórter e correspondente internacional, primeiro da revista Realidade, depois da revista Veja, sendo seu primeiro correspondente internacional. Passou pela emissoras de TVs Manchete e Globo, tendo aberto sucursais para esses veículos em Nova Iorque, Estados Unidos, passando parte da sua vida trabalhando no exterior. Em 1996, deixou a Globo pela Rede Bandeirantes, onde passou a apresentar o telejornal Jornal da Band e o programa político Fogo Cruzado, que por adotar postura independente, já produziu desentendimentos com diversos políticos ao vivo. Em 13 de janeiro de 1999, deixou de comparecer á emissora e a apresentação do telejornal foi substituída. Segundo a imprensa, o não comparecimento foi por conta do protesto contra direção da emissora de implantar a Unidade Produtora de Jornalismo, planejada para gerar reportagens para os noticiários da rede, padronização que tiraria a autonomia e a diferença do Jornal da Band. Quando a emissora decidiu demiti-lo por abandono de emprego, passou acusar a Band, de vários crimes, os quais renderam-lhe cinco processos. Amorim também processou o canal por multa contratual, tendo ganho em primeira instância. No mesmo ano, a TV Cultura o contratou, apresentando o talk-show Conversa Afiada (produzido por sua empresa PHA Produções), que chegou ser exibido também pela TVE Brasil e na TV NBR. O programa durou até o final de 2002, quando terminou o contrato. Em 2003, foi contratado pela Rede Record, onde apresentou o telejornal noturno Jornal da Record 2ª Edição (extinto em 5 de janeiro de 2007) e o Edição de Notícias. De 2004 até o final de janeiro de 2006, passou a apresentar a revista eletrônica exibida no final de tarde Tudo a Ver, com Janine Borba e posteriormente com Patrícia Maldonado. Em fevereiro de 2006, passou a apresentar o programa Domingo Espetacular, com Fabiana Scaranzi, Janine Borba e Adriana Araújo na mesma rede de televisão. Amorim ficou no comando da revista eletrônica até 23 de junho de 2019, quando foi afastado do comando da atração. PHA trabalhou no WebTV, do extinto ZAZ e em 2000 inaugurou o UOL News no UOL Em agosto de 2006, foi contratado pelo portal iG, para ser blogueiro do Conversa Afiada, mesmo molde que tinha na época da TV Cultura, mas em versão on-line. No entanto, ficou pouco mais de um ano meio, sendo demitido em 2008. Amorim relançou o blog Conversa Afiada no mesmo dia precariamente, apenas em um link provisório, posteriormente mudado para um definitivo. Paulo Henrique Amorim é um forte crítico da imprensa, e um dos criadores da sigla PiG (Partido da Imprensa Golpista), comportamento este que já levou a ser condenado por injúria e difamação por profissionais da imprensa. Um dos seus maiores alvos na imprensa foi a Rede Globo. Em 2015, lançou o livro "O Quarto Poder– Uma Outra História". PHA também é um crítico da Operação Lava Jato. Em março de 2016, num vídeo que publicou no YouTube, PHA acusou a Polícia Federal do Brasil de atuar de forma "golpista", "irresponsável", "subversiva" e "criminosa”, sugerindo que a então presidente Dilma demitisse todos os servidores do órgão, “do diretor-geral ao contínuo que serve cafezinho”. Paulo Henrique Amorim morreu na madrugada de hoje aos 77 anos. Amorim morreu em casa, no Rio de Janeiro, quando sofreu um infarto fulminante, informação confirmada pela mulher dele. Amorim deixa uma filha e a mulher, Geórgia Pinheiro.    

Foto: GooglePaulo Henrique Amorim
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