O fim da CEPRO
O fim da CEPRO
Por Marcelino Fonteles e Oscar de Barros O Governo do Estado encaminhou para a Assembléia Legislativa proposta de reforma administrativa e com sua eventual aprovação espera economizar alguns milhões de reais que vão ajudar nos investimentos que o Estado precisa. Na proposta de reforma administrativa há um ítem que prevê o fim da Fundação CEPRO. É difícil entender o porquê disso. O custeio da Fundação CEPRO é um grão de areia no meio das despesas do Estado. O número de servidores comissionados de lá é tão pequeno quanto o custeio. E cabe uma pergunta: com o fim da CEPRO extinguir-se-á os cargos comissionados de lá ou eles serão remanejados? E para desenvolver suas atividades a Fundação não recebe nenhum aporte do tesouro estadual. Que economia se fará com o fim da CEPRO? Pode se alegar que para a CEPRO produzir com a quantidade e a qualidade que a administração moderna requer, o Estado precisaria aumentar os investimentos neste setor. Isto é fato. Mas daí propor o fim da Fundação CEPRO?! Não votei em Bolsonaro e percebo que apenas com 2 meses de governo a sociedade já está bem alerta com relação as suas propostas. Já pensou se ele propõe extinguir o IBGE/IPEA? Aliás, pode se alegar também que estes dois órgãos (e outros) suprem as necessidades de estatísticas do Estado do Piauí. Meia verdade! Apesar dos avanços de diálogo entre as agências nacionais e os entes de estatísticas estaduais, os números que são produzidos tem a cara das regiões economicamente mais fortes do país. São estatísticas elaboradas por profissionais do eixo Rio-Minas-SP que na essência não consideram especificidades de um estado como o Piauí. Um ente federativo, não poderia abrir mão de estatísticas e estudos sócio-econômicos que buscassem refletir a sua realidade e o seu modo de ser, além de que estes dados são imprescindíveis para o planejamento, o acompanhamento e a avaliação das políticas públicas estaduais e federais no Piauí. Vamos voltar ao achismo e ao improviso? Na crise é que aumenta a necessidade do diagnóstico e do planejamento racional. A SEPLAN tem condições de incorporar a CEPRO e garantir suas funções? Há possibilidade da CEPRO ser salva pelos deputados estaduais? Obs: Marcelino Fonteles foi presidente da CEPRO em 2003 e 2004 Oscar de Barros foi presidente da CEPRO de 2005 a 2010