Pensar Piauí
Doutor em Antropologia

Arnaldo Eugênio

Doutor em Antropologia

A pesquisa eleitoral

Foto: ReproduçãoPesquisa Eleitoral
Pesquisa Eleitoral

 

Em essência, uma pesquisa eleitoral é, também, uma pesquisa de opinião pública. Ou seja, trata-se de um levantamento sistemático de dados e/ou informações que é realizado por meio de perguntas em questionários, onde se pretende coletar e analisar a opinião, o comportamento, os valores, as atitudes, os hábitos e os sentimentos das pessoas com base numa amostra de determina população, tempo e lugar.

Toda pesquisa é um “retrato do momento”, que pode ser constituído tanto por pessoas de um determinado lugar – um país, um estado ou uma cidade, um bairro, uma empresa, uma escola etc. –, quanto de um grupo específico – professores, empresários, políticos, eleitores, consumidores etc. No meio acadêmico, as pesquisas de opinião são conhecidas como “surveys” (trad. “pesquisa”, que sugere algo mais profundo e minucioso).

Ressalte-se que, ao contrário de enquetes em redes sociais ou portais de notícia, as pesquisas de opinião exige uma série de pressupostos científicos de várias áreas do conhecimento – p.ex. a matemática, a estatística, a psicologia e das Ciências Sociais –, tanto para coletar quanto para analisar as informações.

No caso específico da pesquisa eleitoral – que é, sim, uma pesquisa científica –, o foco são as eleições, as intenções de voto, os comportamentos, as opiniões, as preferências dos eleitores e outros aspectos que envolvem uma disputa eleitoral: as percepções dos problemas que as pessoas enfrentam; a imagem dos candidatos; os valores, a ideologia e a afinidade com os partidos políticos; os contextos políticos e legais.

Para tanto, em cada situação, deve-se escolher as técnicas de amostragem mais apropriadas. Isto é, a melhor forma para selecionar as amostras de uma população, de modo, cientificamente, válido e consistente, que permitirão as inferências populacionais por parte dos pesquisadores e/ou analistas.

Para se ter uma pesquisa eleitoral de qualidade ou confiável é fundamental conhecer e saber usar os conhecimentos sobre as técnicas de elaboração de questionários e de perguntas. Pois, não é simplesmente querer perguntar algo, mas saber a forma correta de perguntar. Do contrário, o pesquisador apenas estará produzindo, de forma aleatória, dados e/ou informações inúteis que, na prática, o uso levará a decisões equivocadas.

Como toda pesquisa científica, a pesquisa eleitoral pode ser quantitativa e/ou qualitativa para se obter dados e/ou informações sobre o comportamento dos eleitores por intermédio da aplicação de questionários com um determinado número de perguntas estruturadas. Por exemplo, nos períodos eleitorais, a pesquisa quantitativa se destaca e gera mais notícias na imprensa, enquanto a pesquisa qualitativa (de grupos ou temas focais) é mais utilizada, internamente, para orientar as ações estratégicas dos partidos, do marketing, dos candidatos e das coordenações de campanhas.

Simultaneamente, as campanhas políticas bem estruturadas trabalham com os dois tipos de pesquisas eleitorais – quantitativas e qualitativas –, para que obtenham uma maior margem de segurança quanto ao andamento e o possível resultado de uma eleição. Isto é, as pesquisas são instrumentos científicos fundamentais para o entendimento e a interpretação da realidade a partir dos dados obtidos pelos levantamentos quantitativos e das análises quantitativas.

Na grande maioria das vezes, uma pesquisa eleitoral é realizada por institutos de pesquisa, com expertise em pesquisas de opinião no sentido amplo, e que atuam não apenas em períodos eleitorais. Porém, existem, também, pesquisadores ligados a universidades e outras organizações que fazem e trabalham com pesquisas eleitorais.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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