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A verdade do Governo da mentira

A verdade do Governo da mentira

Foto: GoogleBolsonaro
Bolsonaro

Por Sérgio Fontenele, jornalista A mentira é condição sine qua non para a instalação e manutenção de qualquer regime de caráter totalitário ou inspiração totalitária, considerando que é elemento fundamental para a manipulação da população sob tais governos. Sobretudo, os governos fascistas têm a mentira como ferramenta indispensável a sua vigência. O ministro da Propaganda na Alemanha Nazista, Joseph Goebbels, ilustrava bem esse aspecto. Em célebre frase atribuída a ele a mentira é definida como essencial para o stabilishment. “Uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”, teria dito o ministro da Propaganda Nazista, ironicamente considerado um dos pais da moderna publicidade, que trabalha, entre outros conceitos, com o da massificação da mensagem, não necessariamente mentirosa. Mas a repetição em massa da informação, a ser veiculada como divulgação de marca, produto ou instituição, nos mais diversos tipos de veículos – impressos, rádio, TV, internet, imagens, etc. – é o que transformaria verdades, meias-verdades ou mentiras em “verdades”. No caso do governo Bolsonaro, de inspiração totalitária, a mentira foi adotada sim como forte instrumento de exercício do poder, seja para defender uma reforma da previdência considerada impopular, atacar seus inimigos, omitir ações e informações, construir carreiras políticas, confundir a população. No final das contas, o povo é o público-alvo das mentiras de seus governantes. A mentira foi essencial para conduzir o atual governo ao poder, durante as eleições de 2018, através das fake news, que nada mais são do que notícias falsas, mentiras. A mentira das fake news Por meio da contratação ilegal de pacotes de disparos de fake news, em massa, no whatsapp, Bolsonaro conseguiu ser eleito presidente da República. É o que denunciou a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, ignorada, porém, pela Justiça Eleitoral, que não tomou providências para sequer apurar a denúncia. Se apurou, nada mais fez em consequência. Desde que assumiu o cargo, no dia 1º de janeiro deste ano, o presidente e seus ministros têm feito uso de mentiras em larga escala. O governo mentiu para a população, em suas peças de propaganda oficial, em defesa de sua proposta de reforma da previdência, ao divulgar que os trabalhadores pagarão menos do que descontam, mensalmente, para sua aposentadoria. Aliás, todo o projeto de reforma, já aprovado em primeiro turno, no plenário da Câmara dos Deputados, é considerado uma grande mentira, a partir da constatação básica na qual a previdência social não é deficitária. É o que concluiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência, no Senado Federal. Mas as mentiras oficiais são também constatadas, quando por exemplo o próprio presidente ataca o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por ter divulgado imagens e dados que detectam, desde o início do ano, a intensificação do desmatamento na Amazônia, ou seja, por ter feito o que sempre fez, rotineiramente. Divulgar números e imagens por satélite é função do Inpe. Mas, neste governo, o órgão foi atacado por cumprir sua função, o que desmoralizou Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, que pretendiam ocultar o desastre.

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