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A energia que vem da China para o Piauí

A energia que vem da China para o Piauí

Foto: GoogleEnergia eólica
Energia eólica

 Por Sérgio Fontenele, jornalista Apesar das críticas de alguns pessimistas ou mal-intencionados, a viagem do governador Wellington Dias à China pode ser considerada positiva do ponto de vista do potencial de investimentos a serem feitos pelo país asiático no Piauí. A visita foi importante e necessária, considerando seu aspecto geopolítico global, já que os chineses – hoje a segunda maior potência econômica do planeta – não só têm interesse, mas consideram estratégicas quaisquer oportunidades de fazer negócios com o Brasil, quiçá em Curral Novo do Piauí e Pio IX. Embora a orientação do governo federal pareça ser no sentido de virar as costas para a superpotência, em nome de uma adesão questionavelmente irrestrita aos interesses dos EUA – ainda o principal player, embora esperneando para não perder sua hegemonia –, é muito oportuno para o Piauí procurar a China. Esse país gigantesco, até muito pouco tempo atrás considerado emergente, sabe, assim como os yankees, que o Brasil é estratégico como parceiro. E espera-se que o governador tenha aproveitado bem o interesse chinês. Nesse contexto, é muito oportuno, para o Piauí, procurar espaços de cooperação econômica sino-brasileira, e o potencial relacionado à exploração da geração de energia eólica não deixa de ser, evidentemente, um grande campo a ser desenvolvido em benefício dos piauienses. O estado é um dos maiores em termos de potencialidade eólica. A expectativa é que o Piauí se torne, neste ano, o terceiro maior em capacidade de geração, no Brasil. Já produziu, em 2018, 651 megawatts médios, atrás somente da Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará. Piauí sobe no ranking energético O Ceará é o terceiro maior produtor atual, porém, fica atrás, comparado ao Piauí, no ranking dos estados com maior capacidade instalada de produção de energia elétrica. O estado hoje tem capacidade instalada avaliada em 1,7 gigawatts (GW), com mais 470 megawatts (MW) em fase de instalação, segundo dados oficiais. Até dezembro deste ano a energia eólica piauiense deverá ser a terceira mais produzida, superando a produção cearense. A estimativa do governo é que não foram explorados nem 30% do potencial eólico do estado. O Piauí já conta com 58 usinas eólicas. Ao longo dos próximos quatro anos, outras 26 eólicas serão instaladas aqui, o que significa investimentos de mais R$ 4,5 bilhões, de acordo com o Centro de Estratégias em Recursos Naturais & Energia (Cerne). Trata-se de um órgão privado, dedicado ao planejamento estratégico da exploração sustentável dos recursos energéticos do Nordeste. Com a velocidade com que esse negócio cresce, é provável que esses números estejam desatualizados, pois no litoral e na região sudeste a produção não para. Mas representaram um trunfo para o governador, quando esteve com grandes atores econômicos chineses, em particular, os dirigentes das empresas estatais China Energy Engineering Corporation e Hanergy Group, líder mundial na produção de energia móvel, que atua no Brasil desde o ano passado. Como Wellington Dias observou, podem ser novas oportunidades para o Piauí, inclusive no setor fotovoltaico, que produz energia solar. É um caminho certo para que o estado se transforme em potência econômica, em menos de duas décadas.

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